Mariana Castillo Deball: A Noite

Período

02/09 – 29/10/2023

Horário de funcionamento

quarta a sábado
13h às 19h
domingos
12h às 18h

Entrada

Gratuito

O Pivô recebe a partir de 2 de setembro exposição inédita da artista mexicana Mariana Castillo Deball, com curadoria de Fernanda Brenner, diretora artística do Pivô, e Ana Roman, curadora do Pivô.

Mariana Castillo Deball traz ao Pivô uma edição do projeto TO-DAY, já realizado na Bienal de Liverpool e no Museu de Arte de Savannah College of Art e Design. No Pivô, a edição do projeto recebe o nome de A Noite. O projeto consiste em uma grande instalação-palco, que ocupará o principal espaço expositivo do Pivô, e em uma espécie de jornal. A instalação hospeda um personagem fictício que existe apenas em um dia, ao longo dos anos. O personagem pode navegar livremente nesta data em anos diferentes, pulando para frente e para trás em um espectro de tempo de 24 horas.

A artista toma 2 de setembro como ponto de partida, a data, que recebe a abertura de sua primeira exposição individual no Brasil, é marcada pelo incêndio no Museu Nacional no Rio de Janeiro, em 2018. Deball revisita, de maneira indireta, os restos da coleção no Museu Nacional do Rio de Janeiro, após o incêndio de 2018. Os 20 milhões de itens catalogados que desapareceram e os traços remanescentes de sua existência são o ponto de partida para uma reflexão acerca da memória e dos dispositivos museológicos.

Na instalação, Deball ficcionaliza em torno de acontecimentos reais do dia 2 de setembro, ao mesmo tempo em que se apropria se sons e canções coletadas por expedições de caráter de levantamento folclórico e popular, como aquelas coletadas pelas Missões de Pesquisas Folclóricas de 1938, empreendidas por Mário de Andrade quando estava a cargo do Departamento de Cultura de São Paulo. Há, por toda a instalação, fatos que perpassam a vida de um país na periferia do capitalismo, combinados a eventos internacionais – alguns deles permeados de humor. O espectador é convidado a permanecer sentado ou circular nesta espécie de praça pública criada pela artista.
Ao longo de sua obra, Castillo Deball revela as fissuras e complexidades do dispositivo colonial museu, convidando-nos a repensar não apenas o que foi perdido no incêndio, mas também o que é constantemente obscurecido e silenciado. Através dessa exposição e de seu corpo de trabalho em geral, a artista nos lembra da importância de reconstruir esses dispositivos, buscando uma compreensão mais inclusiva e verdadeiramente representativa da cultura e da história. Deball interesse-se pela maneira como o conhecimento e a cultura são produzidos, representados e difundidos. Desde suas obras iniciais, a artista tem buscado entender de que maneira o acaso – um resultado do passar do tempo, erosão, fragmentação e intervenção humana, entre outros fatores – influencia em grande medida a maneira como adquirimos conhecimento sobre o mundo e construímos narrativas. Esse interesse a levou a examinar a história de certos artefatos e suas transformações, reproduções, apropriações e desaparecimentos.

A Noite
Mariana Castillo Deball
Curadoria: Fernanda Brenner e Ana Roman

Abertura
sábado | 2 de setembro de 2023
13h às 19h

Entrada gratuita

Convite em Libras | A Noite - Pivô Arte e Pesquisa

Sobre

Mariana Castillo Deball, 1975, vive e trabalha em Berlim, Alemanha

As exposições individuais de Mariana Castillo Deball  incluem: To-Day, 20 de fevereiro, Museu de Arte de Savannah College of Art e Design (SCAD), Estados Unidos (2018); Prazeres de associação e venenos, como o amor, Galerie Wedding – Raum für zeitgenössische Kunst, Berlim (2017); Mudanças Emplumadas, Desaparecimento de Serpentes, Galerias Walter e McBean, Instituto de Arte de São Francisco, Estados Unidos (2016); ¿Quién medirá o espacio, quién me dirá el momento? MACO Museu de Arte Contemporânea de Oaxaca, México (2015); Mariana Castillo Deball, da Kunsthalle Lisboa, Lisboa, Portugal (2014); Mariana Castillo Deball, Parergon, Hamburger Bahnhof – Museu de Gegenwart, Berlim (2014);

Além disso, seu trabalho foi incluído em exposições coletivas como: Hello World. Reviewed einer Sammlung, Hamburger Bahnhof – Museu de Gegenwart, Berlim (2018); Estátuas também morrem: Reflexões contemporâneas sobre o património e o conflito no Oriente Médio, Fondazione Sandretto Re Rebaudengo, Turim, Itália (2018); Lecturas de um território fraturado, Museo Amparo, Puebla, México (2017); Alors que j’écoutais moi aussi David, Eleanor, Mariana, etc. La Criée centre d’art contemporain, Rennes, França (2017); El orden Natural de las Cosas, Museu Jumex, Cidade do México (2016); Ce qui ne sert pas sououie, CAPC musée d’art contemporain de Bordeaux, França (2015); entre outras