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19:31 - 17/10/2023
ULTIMA ATUALIZAÇÃO::
Julieta Tarraubella: Elementais, visível o invisível

Existe uma essência oculta nas cidades. Almas rodeadas pelo cimento que elas próprias construíram. Essas almas, entidades mágicas e inexplicáveis, são invisíveis, habitam corpos, natureza, cimento, carecem de forma.

 

Dos 7 aos 11 anos troquei cartas com gnomxs, se chamavam Albricias e Albaricoque. Escrevi cartinhas em papel glacê, deixei oferendas, biscoitinhos, flores, coisinhas fofas que encontrei. Durante as noites elxs me respondiam, deixavam poções mágicas, ferramentas para realizar o que eu sonhava, me escreviam conselhos, cuidavam de mim. Durante esse tempo nunca duvidei da sua existência, apesar de às vezes deixar rastros de talco tentando ver os seus passos, algum vestígio que me permitisse tornar tangível seu corpo mágico e invisível aos meus olhos.

 

Um dia procurando um colar da minha mãe para uma fantasia, encontrei num pequeno frasco as penas do meu canário com a ponta cheia de tinta na gaveta da mesinha de cabeceira… Aos poucos, nos despedimos, paramos de nos escrever com Albricias e Albaricoque. Eu entendi que o importante é que elxs habitam em mim.

 

Hoje sinto que as pessoas ao meu redor são seres mágicos e criadores, e que juntos construímos o nosso mundo. Assim, há algum tempo, comecei a me perguntar como poderia começar a ver suas asas, suas mãos e corpos cheios de poderes mágicos. Decidi buscar o terreno dessa magia usando como minha aliada a máquina da evidência: a fotografia. Um fotograma é a bela impressão da energia de “algo” que decidiu descansar por alguns segundos no papel.

 

A seguir, compartilho minha primeira abordagem, meu processo para tornar visível o invisível. As múltiplas manifestações da minha amiga Clara Esborraz.

Agradeço a Lucia Ferreyra e seu projeto Medano Lab por me permitir tornar esses experimentos possíveis.

 

Julieta Tarraubella, 2021

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