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19:36 - 17/10/2023
ULTIMA ATUALIZAÇÃO::
Correspondência aberta #1

Correspondência aberta é uma série de 5 postagens de blog proposta pela artista Ana Cláudia Almeida como parte da programação de encerramento do ciclo 2 do programa de residência Pivô Pesquisa, Desktop Aberto. A artista propõe trocas de imagens entre ela e 5 pessoas convidadas, cujo trabalho já acompanha e com quem já possui diálogo aberto.

 

Cada pessoa convidada envia 10 imagens e recebe 10 imagens de Ana, e ambas criam uma pergunta para cada imagem recebida, a qual é respondida pela mesma pessoa que a enviou. Foram convidadas para esta troca, a curadora Ariana Nuala e artistas Ana Clara Tito, Carla Santana, Iagor Peres e max wíllà morais.

Iagor Peres, série fotográfica peleestendida, 2020

Ana Cláudia Almeida: Numa conversa com a Sônia Gomes durante a residência ela falou sobre a transformação como motor de vida, dado o meu trabalho me identifiquei muito com esta fala e olhando agora para as fotos do seu trabalho penso que talvez você também tenha se identificado um tanto, seu trabalho é continuamente mutável. Queria saber se/como na sua vida a capacidade de transformação das pelesmaterial impactaram na sua forma de ver o mundo.

 

Iagor Peres: Total. Venho aprendendo muito observando essa materialidade. Uma das coisas é a partir da minha relação com elas consigo questionar a minha própria forma de se relacionar com outras corporiedades também presentes no mundo. O potencial elastico, adaptativo e também propositivo me faz pensar sobre outras formas de se estar em um espaço e sobre as possibilidades de propor a um contorno e forma rígida, outros relevos, limites e formas.

Diambe Santiso em visita ao ateliê, 2020

IP: Pintura é uma prática solitária? Sei que você passou por uma experiencia coletiva num mural pra uma ópera no teatro municipal do rio né? Mas queria entender se costumeiramente sua prática envolve mais pessoas no processo de feitura e se sim ou não, como é isso pra você?

 

ACA: Pra mim geralmente é bem solitário sim, sinto que preciso de um certo estado de concentração, sabe? Se bem que nos meus projetos muitas vezes contei com a ajuda de amigues para dar conta de certas escalas e certas funções, acho que o senso de comunidade é aguçado pela necessidade e existem alguns trabalhos que eu nunca conseguiria ter realizado sem ajuda de pessoas, nisso a prática fica menos solitária. Ao mesmo tempo, no campo da construção de pensamento as coisas também se dão muito através da interlocução com outres, e isso é bem legal. A tela que eu fiz junto com Ana Clara Tito, Carla Santana e Laís Amaral para a ópera Os Contos de Hoffmann foi um exercício de composição muito incrível, porque cada uma pintava um pedaço da tela em silêncio, e a cada certa quantidade de horas nos encontrávamos no centro para discutir quais os caminhos futuros, onde faltava detalhamento, quais os melhores caminhos de cor e coisas assim. Eu nunca tinha experienciado nada parecido na pintura ou em qualquer processo de construção visual.

Iagor Peres, Esboço n. 2, traquitana, 2019

ACA: Como você equilibra a dimensão de projeto x relação com o espaço x acaso/vontades dos materiais para não ficar maluco com as variáveis? 

 

IP: To tentando compreender ainda. As instalações que fiz com as pelesestendidas suspensas por nylon em barras de metal, foram todas exercícios de olhar e perceber o espaço. Ainda no caso dessas instalações, eu penso como se a coisa fosse um enunciado que será praticado e executado lá no espaço. No caso de outros projetos, eu acabo desenhando o que seriam protótipos de dispositivo ou de outras instalações/esculturas que no final não acontecem como no desenho porque nesse caminho existe as vontades das matérias que determinam em grande parte a conformação de algo., então sim… eu fico maluco com as variáveis, mas também não me interessam fórmulas fixas então tudo bem.

Camila Braga, Eu pintaria um quadro bem bonito só pra você comprar

IP: Qual a maior dificuldade com o seu trabalho dentro dessas perspectivas de mercado? Perguntando isso pra além das barreiras sociais que são historicamente impostas, mas mais materialmente como a coisa funciona. Tipo… você trabalha com materiais propositivos também e queria entender como o movimento da matéria que você trabalha auxilia ou atrapalha sua entrada e permanência num circuito de mercado de arte.

 

ACA: Eu amo essa pintura da Camila Braga porque bate em mim no lugar de caminhos entre fazer o que faz sentido para a minha prática e fazer o que pode ser melhor recebido comercialmente. Os meus trabalhos que possuem os materiais menos tradicionais são também os que deram mais trabalho físico, mais horas gastas, mais dinheiro investido e maior carga emocional do que os que eu faço numa tela de algodão por exemplo. Não consigo colocar as coisas no mesmo preço sabe, ou colocar trabalhos da minha pintura em papel mais barato que os em tela, porque o primeiro geralmente me custou mais que o segundo. Já deixei de vender coisas por isso, os materiais viveram muito para chegar até ali, e eu também, por isso acho desrespeito tratá-los como menor ou igual à uma outra coisa que foi mais simples de fazer só por conta do material ser mais ou menos tradicional.

Iagor Peres, fotografia sem título, 2014 (Vale do Matutu, MG)

ACA: Alguma vez já sentiu vontade de jogar a pelematerial pro alto e esquecer que ela existe? 

 

IP: SIM. Vira e mexe me pego olhando pra elas e querendo desistir de tudo, começar outra coisa. Dar um tchau, não sei..  Mas não tem jeito, creio que vamos nos acompanhar por um bom tempo ainda.

Falar é Facil - Difícil é...

IP: Queria ler um pouco mais sobre como ou quando você encontra a necessidade de atualizar um discurso. Ou melhor… existem muitas vias possíveis de significação e leitura pro seu trabalho. E imagino que nem sempre (talvez quase nunca) seja possível alcançar discursivamente o que se apresenta na matéria. Queria entender como nesse caminhar você percebeu que a palavra ou o discurso poderia ser uma própria armadilha pro trabalho e como você percebe os momentos de viradas em pensamento sobre como se articular em palavras a partir de determinado trabalho seu ou na pesquisa em geral.

 

ACA: Gosto da ideia de trabalhar fora do alcance da palavra, muita coisa minha, acho que a maioria das coisas não tem título. O que a gente não consegue dar nome por vezes é o que está fora do nosso repertório, e deixa pro gosto de quem conhecer nomear para si, e apenas para si. Eu tenho cuidado porque sinto o tempo todo que o circuito está à espreita de um discurso pronto meu (e de qualquer artista racializade) para transformar em enlatado. Busco em certa maneira desviar de falar sobre tudo que alimenta os múltiplos fetiches da branquitude e tudo que reforça demais os estereótipos, ao mesmo tempo que tento não negar temas que podem me interessar só por talvez já existir um zumbido em volta deles. Estou interessada em complexificar para o público (especializado ou não em arte) as possibilidades de existir como uma mulher negra ao invés de rejeitar totalmente o que pode me parecer lugar comum, mas isso não é simples, um equilíbrio delicado 24/7.

Busta Rhymes ft. Janet Jackson.

ACA: Se você pudesse ter sua pele totalmente revestida por algum material da sua escolha e passar a ser um novo tipo de ser humano com uma pele especial, que material você escolheria para te revestir? 

 

IP: Hmm não sei talvez algo que conseguisse se pulverizasse facilmente, mas que se concentrasse em densidade no espaço. Algum material que abrisse espaço entre todas as partículas a ponto de atravessar por outras, quase como uma nuvem mas menos etéreo.

Gata Glorinha

IP: GATAS NA HISTÓRIA DA ARTE – Seus gatos já deixaram marcas no seu trabalho? Se sim, hoje ainda é perceptível ou já existe outra camada em cima? Aqui em casa os meus gatos  dormem em cima das peles até kkkkk Manda um beijo pra Glorinha? 

 

ACA: SIM SIM e SIM. Gatas são insolentes, né? Sobem onde querem e ai de quem tentar impedir. Uma pele sua soa como o lugar perfeito pra um soninho de gato. Tem desenhos meus em que dá para achar as patinha sim.

Ferro fluído, imagem retirada da internet

ACA: Você acha que com os anos passou a dominar melhor as tecnologias de fluidez e enrijecimento na vida para viver bem, ou o tempo não necessariamente nos torna melhores (considerando sua experiência)? 

 

IP: Não acho que necessariamente ficamos melhor com o tempo… O Brasil por exemplo… kkkkkk. Mas eu tenho aprendido muito com essa pesquisa inclusive pra olhar pra outras “coisas” que constituem meu cotidiano e que hoje olho de uma outra maneira. Aprendi tanto na dança, quanto na performance e agora com essa pesquisa que é necessário a elaboração de um movimento elástico que possa retornar e se estender pra infiltrar/fugir/tomar/ocupar/ressignificar/ espaços na vida.

Ana Cláudia Almeida, sem título (detalhe), 2020

IP: Uma coisa que conversamos muito durante nossos encontros, foi o fato do seu trabalho ter uma pegada escultórica forte, como se essa matéria de fato desejasse tomar um espaço pra além da tela, do bidimensional. Como você tem encarado essas características e se está desenvolvendo atualmente essa relação?

 

ACA: Eu tenho pensado cada vez mais no espaço como um elemento central no que eu faço. O Milton Santos fala sobre os embrenhamentos de ação, objetos, tempo e paisagem como parte constituinte do espaço, e perceber o meu trabalho como sistemas de ação (considerando a perfomatividade dos materiais e do meu corpo no fazer) e de sistemas de objetos, que trabalham em vários momentos com a ideia de tempo e com a ideia de paisagem, tem me ajudado muito a ter uma nitidez maior do todo do que eu faço pois apesar de se desdobrar mais na pintura e no desenho, meu trabalho se dá de alguns modos diferentes. Essa nitidez me dá vontade de tridimensionalizar mais algumas coisas sim, estou fazendo alguns experimentos no ateliê nesta direção

Iagor Peres, série fotográfica peleestendida, 2020

ACA: Depois de te ouvir falar em alguns momentos sobre isso me parece que o modo como seu trabalho acontece hoje é muito estratégico no sentido de trabalhar performatividade e corpo e ao mesmo tempo se resguardar de um contexto de circuito de arte que enxerga nossas presenças como testemunho comprobatório de uma dita representatividade. O que na sua opinião poderia ser evoluído, pensando pragmaticamente, nas relações de instituição x curadoria x artistas a fim de torná-las um pouco menos predatórias para o trabalho de nós artistas (se é que isso é possível de alguma forma)? 

 

IP: De fato, uma das vontades grandes que tinha em 2016/2017, após trabalhar um tempo com performances, apresentações de dança, era que eu saísse do foco e ao mesmo tempo conseguisse trazer algo que fosse capaz de falar do corpo através do corpo, mas sem que eu precisasse estar ali. Não consigo falar por uma classe de artistas tão abrangente. Acho que cabe principalmente as instituições e as fontes dos seus recursos, assim como também a curadoria, o papel de compreender que a partir do momento que corpos que fogem da norma de aceitação histórica nos circuitos das artes se inserem ou são inserides nesses contextos outras demandas surgirão, e todos esses que citei (instituição, curadoria e as empresas/estado fonte de recur$os) precisam estar aptos e disponíveis para lidar e receber esses corpos entendendo e agindo a partir de suas necessidades. E acho que cabe as/os/es artistas estarmos atentes e pontuarmos nossas próprias demandas perante a esses espaços e não só ser pautades como estabelecer nossas próprias pautas. E isso não deve em momento algum soar como surpresa ou como talvez uma pratica que esteja forma do normal ou que não seja comum. Porque a normalidade que desenhou as maneiras de estar e circular por espaços de fruição de arte não contava com a presença desses corpos negres, indígenas e dissidentes, então esses espaços e práticas precisam se reajustar também.

Ana Cláudia Almeida, sem título, 2020

IP: Ainda falando de leituras pela abstração, como surge a sua relação com essas macro paisagens ambientais? Lembro que conversamos sobre visões satélites e você também falou um pouco sobre os rios escondidos que correm dentro das cidades e uma coisa que me perguntei foi se nesse caminho da visão satélite (algo que foi lançado pra ver de fora e olhar pra dentro) e pensando no mesmo sentido de visão de você a observar os rios que correm dentro das cidades, minha pergunta é se te interessa por exemplo se aproximar pra dentro do núcleo terrestre numa visão mais geológica da coisa toda.

 

ACA: Sim total, fiquei de cara quando li essa pergunta porque senti que você entrou na minha cabeça para tirar essa informação rs. Eu penso sim, gosto da ideia de produzir imagens de diferentes pontos de vista, frontal, superior, visão de satélite e microscópica, uma abordagem que também se aproxima da geologia faz super sentido para mim.

Iagor Peres, série fotográfica peleestendida, 2020

ACA: Você em algum momento intenta criar atração ou repulsa pelos trabalhos? Consegue ver uma dessas reações (ou as duas) nos momentos de interação com o público? 

 

IP: Não intento criar nem atração nem repulsa, mas gosto de Coisas que causam estranhamentos e que principalmente proponham variadas maneiras de se relacionar com. Acho que nesse processo consigo bem observar principalmente as formas e o que as pessoas em geral determinam como suficiente para conhecer algo. Então, sendo repulsa, atração, tensão, tesão rsrs, desejo, acho que todas essas manifestações são válidas e revelam mais do observador do que da pele a ser observada.

Ana Cláudia Almeida, sem título, 2020

IP: O design te influencia até hoje ou águas passadas? 

 

ACA: Sempre digo que o design formou meu background visual, meu aprendizado sobre cor e composição, sobre direcionamento do olhar e até de hierarquia da informação me ajudam muito no fazer de ateliê. O que não impede que eu tenha tomado um asco absoluto da profissão, hoje vejo que talvez menos pela coisa em si e sim pelo fã-clube. As pessoas perdem o senso de que também são só uma ferramenta do capitalismo sabe, como qualquer outro trabalhador, inclusive assim como nós artistas. No Rio é muita gente achando que tá fazendo algo superimportante pra sociedade enquanto discute os rumos de um produto numa sala recheada de gente branca da Zona Sul, insuportável, não tenho mais paciência.

Iagor Peres, Exercício na pedra, 2020

ACA: A sua forma de armazenar as peles mudou com o tempo? 

 

IP: Sim, na verdade não sei bem se consigo chamar de armazenamento porque elas seguem em mutação. Mas a forma com que hoje eu disponho elas no meu espaço sim se transformou. Em 2018 depois de uma exposição que nem eu nem a galera do espaço sabiam como guardar direito as peles e foram todas parar numa bacia e se tornaram queloide com o tempo, um montante de peles juntas num calombo só. Hoje por exemplo eu tento não mais sobrepor essas peles e respeitar as linhas, contornos e relevos de cada uma. Ao ponto que sigo com outras ainda deixando expostas no quintal e etc…

Ana Cláudia Almeida, Gray wall color with textures for background, 2020

IP: Pensando na coisa do gesto e suas impressões a partir do movimento e força do seu corpo, você estabelece procedimentos ao desenvolver uma pintura? 

 

ACA: Sim e não, acho que porque os procedimentos não viram protocolos exatos talvez. No meu desenho é muito diferente da pintura, acho que é quase um abismo processual. No desenho o que é, é e ponto, não tem retorno, não tem cobrir, só existe a possibilidade de continuar ou jogar fora. Na pintura é o contrário. Acredito nela até o fim e quando se desfaz demais junto com pedaços de outras pinturas, reagrupo as coisas, acumulo materiais, camadas, até chegar lá. Nesse sentido acho que o procedimento principal é a fé mesmo, de que 1- Pintar é mais importante que a pintura e 2- Quanto mais a pintura viver, melhor ela vai ficar.

Campo magnético, desenho retirado da internet

ACA: A gravidade vem sendo um fator muito determinante para a mudança de forma das suas esculturas, além dela e das suas mãos, que técnicas você usa para transformar peles que já estão no mundo e que já foram algumas esculturas diferentes?  

 

IP: Eu cozinho usando na maioria das vezes o banho maria. Hoje eu to caminhando pra adicionar a receita pó de ferro e trabalhar com magnetização e assim talvez criar um contraponto pra a gravidade que influencia tanto nas linhas e formas da pelematerial. Assim como sigo no desejo de encontrar uma matéria que tenha uma relação de transformação no tempo distinta a da pele material e que quando justaposta ou misturara com a pele crie um corpo que proponha uma relação continua de movimentação. X propoe pra Y / Y reage a proposição e nisso propõe outra coisa a X que por sua vez reage e propõe pra Y e assim sucessivamente…

Vista de casa

IP: Você já fez muitos trabalhos de grande formato né. Queria ler mais sobre sua relação com escalas e proporções. Saber também um pouco da experiência com os outros obstáculos como armazenamento, deslocamento e como isso afeta ou se incrusta na obra. 

 

ACA: Amigo, caos, gritaria, confusão, dedo no cu, choro, dívidas e muitos amigos para ajudar pois quem tem amigos tem tudo. Trabalhar com grande formato sem estrutura é pedir pra se fuder e sinceramente como eu já me fudi. Como eu falei lá na primeira pergunta muita coisa não teria acontecido se não fossem as parcerias da vida, lembro até hoje do Tarcísio Almeida praticamente me segurando pela mão e indo comigo levar o trabalho de 5,5m de Santos para a molduraria em São Paulo, a Camila Braga carregando madeira pesadíssima de 2,2m comigo primeiro debaixo de um sol de Janeiro na ida e depois de debaixo de uma tempestade de Janeiro na vinda, do Renan Aguena ajudando a tirar e colocar coisas gigantes dentro de casa que eu nem sei como passaram pela porta, da Igi Ayedun armazenando uma pintura gigante minha no ateliê dela porque eu simplesmente não tinha como trazer pro Rio.  Enfim citar é um saco porque você sempre esquece pessoas, mas também é isso, só pra exemplificar com algumas situações, essas coisas são muito marcantes para uma pessoa com Sol e 4 planetas em sagitário que não gosta de pedir ajuda para ninguém, mas que sem ajuda não ia a lugar nenhum.

Em ateliê, 2019

ACA: Qual o máximo de esculturas diferentes que uma mesma pelematerial já fez parte de? 

 

IP: Cinco esculturas/instalações diferentes. Teve uma delas que estava na minha primeira individual em 2018 na Maumau e aí ela se condensou junto a outras numa grande queloide e depois eu reabri… contando com esse processo ela passou por 05 e em todos foi disposta no espaço de diferentes formas, sendo que no Valongo ela inclusive tinha um suporte de ferro e já no lugar a dudas a mesma pele estava junto a tijolos de concreto. Hoje ela ta aqui em casa fora de qualquer suporte. Acho que é a pele que mais penso em não reestender, recozinhar ou algo assim.

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