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Danilo Dueñas + Herlyng Ferla
12/08 - 28/10/17

Em agosto, o Pivô apresenta duas exposições individuais dos artistas colombianos Danilo Dueñas (Cali, 1956) e Herlyng Ferla (Cali, 1984) dentro do seu Programa Anual de Exposições.

Danilo Dueñas ocupará o espaço expositivo principal, enquanto Herlyng Ferla irá inaugurar o espaço expositivo no segundo andar. Ambos os artistas estão trabalhando nos estúdios do Pivô, onde produzem os trabalhos que serão mostrados no Brasil pela primeira vez.

Em sua prática, Danilo Dueñas desenha no espaço com objetos e mobiliários que muitas vezes perderam seu propósito original – portas, pedaços de metal, gavetas, retalhos de madeiras e sofás podem ser o começo de uma obra de arte. O artista seleciona os elementos de sua obra com especial interesse por aqueles que estão prestes a serem desprezados e que na vida prática já são considerados obsoletos. O artista tem um conhecimento aprofundado sobre teoria e história da arte, e alia a esses objetos referências provenientes desse vasto repertório, muitas vezes os títulos das obras são tão importantes quanto os materiais que ganham nova vida nas instalações do artista.

Dueñas nos apresenta uma nova via de acesso ao que costumamos chamar de realidade e, transformando o ritmo do espaço, rearranja os objetos de uma forma com a qual não estamos acostumados. O artista cria no espectador a expectativa de movimento dos materiais que compõem sua obra. Através de um equilíbrio delicado entre as partes que elege e eleva ao status de escultura/instalação, Dueñas provoca uma encontro complexo entre a materialidade do mundo e o contexto em que é exibido um trabalho de arte. Ao se relacionar profundamente com o ambiente que o circunda, o artista abre veredas particulares e novas possibilidades de interação com o que já é dado como escombro.

Para a exposição no Pivô, Danilo produzirá obras inéditas, especialmente comissionadas para o espaço, tendo à sua disposição a reserva técnica e o depósito da instituição. O artista sempre parte de uma seleção criteriosa e do rearranjo de objetos descartados disponíveis no próprio contexto em que vai trabalhar, e nesse caso considerará , além do material recolhido no ambiente da exposição, o contexto do centro de São Paulo e as suas inúmeras caçambas com resíduos de demolições e construção civil.

Danilo é professor universitário desde 1990. Já lecionou na Universidade dos Andes, na Universidade Nacional da Colômbia, na Universidade de Bogotá Tadeo Lozano. Sua ampla atuação universitária fez com que sua prática e pensamento influenciasse jovens artistas colombianos. Por esse motivo, o Pivô propõe o diálogo intergeracional a fim de tornar visível a influência da prática de Danilo em seu país de origem e investigar possíveis correspondências com a produção artística brasileira.

Herlyng Ferla, por sua vez, apresenta parte de sua pesquisa no novo espaço expositivo do Pivô, levantando questões sobre opacidade e transparência, amparadas pela teoria do poeta e filósofo martinicano Édouard Glissant., presentes no conjunto de obras aqui mostradas. Num diálogo estreito com Danilo Dueñas, o trabalho de Ferla busca tecer relações entre a estrutura interna dos objetos e a transformação que sofreram com o uso cotidiano. Parte importante de sua prática concentra-se na coleta de objetos e na realização de modificações mínimas, sugeridas pela própria materialidade dos mesmos.

Uma das obras da exposição é a reedição da obra Sem Título, integrante da exposição Geometria do Azar, realizada em 20xx, que consiste em um piso de vidro, recortado em ladrilhos geométricos que, visto de longe, parece uma poça d’água. Para esse nova montagem, soma-se ao piso uma pequena palmeira recém-nascida, brotando de um coco. A imagem desse fruto-semente aparece na exposição quase como uma afirmação da necessidade da permeabilidade das fronteiras, pois essa semente, por ter pouca densidade e ser preenchida por ar, pode percorrer longas distâncias sem afundar, propagando-se pelas correntes marítimas, desenvolvendo-se e adaptando-se a outros territórios que não o seu de origem, como no caso de várias espécies de palmeiras que vieram da África e se adaptaram perfeitamente à América do Sul.

A curadoria das exposições é uma parceria entre Fernanda Brenner, diretora artística do Pivô, e Marilia Loureiro, curadora brasileira que viveu na Colômbia entre 2015-2016. Durante esse período, atuou como curadora-visitante do lugar a dudas, espaço criado pelo artista Oscar Muñoz, em Cali. Desde então, Marilia e Herlyng estabeleceram um diálogo contínuo, que culmina no desenvolvimento da exposição no Pivô. Atualmente Marilia reside em São Paulo e é curadora da Casa do Povo, no bairro do Bom Retiro.

 

 

Sobre Danilo Dueñas

 Vive e trabalha em Bogotá. Nasceu em Cali, Colômbia

Em 1999, foi premiado com o Johnnie Walker Art Prize.
Em 2011/2012 foi convidado para o programa de residência do DAAD em Berlim. Participou de várias exposições internacionais incluindo as coletivas Beuys y más allá: El enseñar como arte na Biblioteca Luis Angel Arango em Bogotá; Correspondences: Contemporary Art from the Colección Patricia Phelps de Cisneros no Wheaton College, Norton, EUA; Mesótica no Museu e Arte e Desenho Contemporâneo em São José, Costa Rica e Transtlantica no Museu Alejando Otero em Caracas e individuais no Museu de Arte Contemporânea de Caracas (2003), Museu de Arte Moderna e Museu de Arte da Universidade Nacional (2001)

 

Sobre Herlyng Ferla

Nasceu em Cali, Colômbia, onde vive e trabalha.

Entre seus projetos recentes estão ”Horas extra, MIAMI, Bogotá 2016; Acorazado Patacón, La Tabacalera, Madrid 2015; El cambio de todo lo que permanece (con La Nocturna), Pabellón Artecámara, ArtBo, Bogotá 2014; 6o Salón de Arte Bidimensional, Fundación Gilberto Alzate Avendaño, Bogotá 2014; El hueco que deja el diablo, Sala de Proyectos del Departamento de Artes, Universidad de los Andes, Bogotá 2014; La desilusión de la certeza o La ilusión de la incertidumbre, Pabellón Artecámara, ArtBo, Bogotá 2013; Construcciones del deseo, Bienal Internacional de Arte SIART, La Paz 2013; Sin título (individual), Lugar A Dudas, Cali 2013; Obras apócrifas, Museo de Arte Religioso, Cali 2013; Metafísica concreta (individual), Proartes, Cali 2012; ¿Qué cosa es la verdad?, 14 Salones Regionales de Artistas, Museo La Tertulia, Cali 2012;  del cuerpo (individual), Galería Jenny Vilà, Cali 2011.

 

Sobre Marilia Loureiro

Nasceu em São Paulo onde vive e trabalha.

Conhece intimamente a cena jovem de arte colombiana pois integrou a equipe do Lugar a Dudas

em Cali. Integrou a equipe de produção da 29a Bienal de São Paulo, trabalhou como assistente de

curadoria no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP), como assistente editorial no

Ateliê397 e atualmente é curadora da Casa do Povo.

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